Uma
Loja Maçonica simboliza o modo como o Universo era compreendido antigamente. Nossos primeiros irmãos tiveram grande inspiração quando perceberam que o
mundo é um templo, coberto por uma abóbada estrelada durante a noite, e
iluminado pelo Sol em sua jornada durante o dia. Um Universo no qual o Homem
segue adiante em seu trabalho, alternando luz e sombra, alegrias e tristezas,
sempre buscando reproduzir na Terra a lei e ordem presentes no Oriente, que é a
origem de tudo.
Parece-me
que a ideia central dessa inspiração é que se o Homem tem o propósito de
construir seu próprio Templo Interior, ou se ele está disposto a construir uma
sociedade justa e duradoura nessa justiça, então ele deverá estar iniciado nas
leis e princípios que regem o Universo no qual ele vive. E para isso, o Homem
necessita não apenas de sabedoria, que deve ser desenvolvida, mas também da
ajuda de Deus, que é o G:.A:.D:.U:.
Bem
por isso em nossas Lojas Maçônicas está o Altar – mais antigo que qualquer
Templo, e tão antigo quanto a própria vida mesma. Um foco de fé e união. Um símbolo
sagrado daquele pensamento inicial que inspirou a nossa Arte Real. Um símbolo
sagrado da existência do G:.A:.D:.U:.. Um símbolo sagrado de nosso propósito de
erguer Templos à Virtude e cavar masmorras ao vício.
Nada
há de mais impressivo na face da Terra que o silencio de uma reunião de seres
humanos curvados diante de um Altar. O instinto que faz com que Homens se
reúnam para orar é a mesma força invisível que move Homens a desbastar pedras
para construírem templos que corporificam o mistério de Deus.
Na
Maçonaria primitiva, não havia o Altar dos Juramentos, já que as Luzes da Loja ficavam sobre o Altar do V:.M:., onde também eram
tomados os juramentos. Posteriormente, em alguns ritos, criou-se uma mesa
auxiliar, considerada como extensão do Altar do V:.M:.. Tal costume deu origem
ao Altar dos juramentos, que originalmente, portanto, ficava no Oriente, embora
algumas Obediências o tivessem levado para o centro da Loja, em desacordo com
suas origens, segundo Castellani.
Na
maioria dos ritos, o Altar dos Juramentos está posicionado no Oriente, defronte
ao Altar do V:.M:.,. No Rito de York, porém, o Altar dos Juramentos está
posicionado sobre o Pavimento Mosaico, no centro da Loja. No R:.E:.A:.A:., sua
posição original é no Oriente. Posteriormente, no ritual editado em 1980, o
Altar foi posicionado no centro da Loja.
Rizardo
da Camino indica que “o Altar maçônico não tem forma nem medidas definidas ou
convencionais; ora é construído no formato de um cubo ora de um triângulo e
frequentemente de um quadrilátero; nada é colocado na parte interna”.
Embora
paire divergência entre os autores consultados acerca da localização em Loja e
do formato que deve ter, fato é que todos concordam que o Altar dos Juramentos
não é simplesmente uma peça imprescindível no mobiliário maçônico. Muito mais
do que isso, ele identifica a Maçonaria como uma instituição de cunho
religioso.
A
Maçonaria não é uma religião, mas é religiosa em sua fé e seus princípios
básicos, em seu espírito e em seus propósitos. A Maçonaria não é uma religião,
muito menos uma seita, mas um culto em que todos os homens podem se unir porque
ela não pretende explicar, ou dogmaticamente estabelecer, o que ou quem é deus.
Maçonaria e religião andaram juntas até esta última ingressar no feudo do
sectarismo. A Maçonaria pretende unir homens, e não dividi-los.
Assim,
o Altar dos Juramentos é um altar de fé – profunda e eterna fé que está na base
de todo e qualquer credo religioso. Fé num Criador que é a pedra angular e a
chave para compreensão de tudo. Fé sem a qual a vida se torna adivinhação e
fraternidade se torna futilidade.
Ao
mesmo tempo o Altar dos Juramentos é um Altar de Liberdade – não liberdade pela
fé, mas liberdade da própria fé. Seja qual for a sua fé, pode o Maçom se unir
aos seus irmãos. A Maçonaria, antes de ser operativa ou especulativa, é
cooperativa. E cooperação se faz pela união.
O
Altar dos Juramentos exorta sentimentos natos de respeito ao Criador,
conduzindo o Maçom a se tornar o operário trabalhador e consciente, cujo labor
de aperfeiçoamento moral e espiritual resultará no engrandecimento da Ordem em
geral e no bem-estar de toda a Humanidade em particular.
E faz-nos lembrar também que o mais sagrado
altar da Terra é a nossa própria alma – Templo interior de fé, esperança,
pureza, tolerância e amor ao próximo.
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