O
dia 20 de Agosto é o Dia do Maçom, que
foi escolhido em Belém-PA, em um conclave das Sereníssimas Grande Lojas
Brasileiras, cujo motivo da escolha da data foi por que neste dia o Ir.´. Joaquim Gonçalves Ledo proferiu o
histórico discurso na Loja Maçônica Comercio e Artes n°1 - GOB-RJ, onde a Independência do Brasil, que foi realizada em
07 de Setembro, foi decidida naquela Loja Maçônica depois do discurso proferido
pelo nobre Maçom.
A Independência
do Brasil é como foi chamada a separação política entre a Colônia do Brasil e a
Metrópole Portuguesa, declarada oficialmente no dia 07 de setembro de 1.822.
O
processo de Independência começou com o agravamento da crise do sistema
colonial e se estendeu até a adoção da primeira Constituição brasileira, em
1824.
A
peça de arquitetura que a seguir foi transcrita do Boletim Oficial (Julho/Agosto,
de 1963) do Grande Oriente do Brasil - GOB, é dirigida ao hesitante Príncipe D.
Pedro e entre seus arrojados conceitos lá esta a antecipação da Doutrina de
Monroe.
"SENHOR! A natureza, a razão e a
humanidade, este feixe indissolúvel e sagrado, que nenhuma força humana pode
quebrar, gravaram no coração do homem uma propensão irresistível para, por
todos os meios e com todas as forças em todas as épocas e em todos os lugares,
buscarem ou melhorarem o seu bem estar.
Este principio tão santo como a sua
origem, e de centuplicada força quando aplicado as nações, era de sobra para o
Brasil, esta porção preciosa do globo habitado, não acedesse a inerte
expectação de sua futura sorte, tal qual fosse decretada longe de seus lugares
e no meio de uma potência (Portugal) que deveria reconhecer inimiga de sua
glória, zelosa de sua grandeza, e que bastante deixava ver pelo seu Manifesto
às nações que queria firmar a sua ressurreição política sobre a morte do
nascente Império Luso-Brasileiro, pois baseava as razões de sua decadência
sobre a elevação gloriosa deste filho da América – o Brasil.
Se a esta tão óbvia e justa consideração
quisesse juntar a sua dolorosa experiência de trezentos e oito anos, em que o
Brasil só existira para Portugal para pagar tributos que motivos não
encontraria na cadeia tenebrosa de seus males para chamar a atenção e
vigilância de todos os seus filhos a usar da soberania que lhe compete, e dos
mesmo direitos de que usara Portugal e por si mesmo tratar de sua existência e
representação política, da sua prosperidade e da sua constituição? Sim, o
Brasil podia dizer a Portugal: "Desde que o sol abriu o seu túmulo e dele
me fez saltar para apresentar-se ao ditoso Cabral a minha fertilidade, a minha
riqueza, a minha prosperidade, tudo te sacrifiquei, tudo te dei, e tu que me
deste? Escravidão e só escravidão. Cavavam o seio das montanhas, penetravam o
centro do meu solo para te mandarem o ouro, com que pagavas as nações
estrangeiras a tua conservação e as obras com que decoras a tua majestosa
capital; e tu quando a sôfrega ambição devorou os tesouros, que sob mão se
achavam nos meus terrenos, quisestes impor-me o mais odioso dos tributos, a
"capitação". Mudavam o curso dos meus caudolosso rios para arrancarem
de seus leitos os diamantes que brilham na coroa do monarca; despiam as minhas
florestas para enriquecerem a tua grandeza, que todavia deixava cair das
enfraquecidas mãos ...
E tu que deste? Opressão e vilipêndio! Mandavas queimar
os filatórios e teares, onde minha nascente indústria beneficiava o algodão
para vestir os meus filhos; negavas-me a luz das ciências para que não pudesse
conhecer os meus direitos nem figurar entre os povos cultos; acanhavas a minha
indústria para me conservares na mais triste dependência da tua; desejavas até
diminuir as fontes da minha natural grandeza e não querias que eu conhecesse o
Universo senão o pequeno terreno que tu ocupas. Eu acolhi no meu seio os teus
filhos a que doirava a existência e tu me mandavas em paga tiranos indomáveis
que me laceravam.
Agora é tempo de reempossar-me de minha
Liberdade; basta de oferecer-me em sacrifício as tuas interessadas vistas.
Assaz te conheci, demasiando te servi... – os povos não são propriedade de
ninguém.
Talvez o Congresso de Lisboa no devaneio
de sua fúria ( e será uma nova inconseqüência) dê o nome rebelião ao passo
heróico das províncias do Brasil a reassunção de sua soberania desprezada; mas
se o fizer, deverá primeiro declarar rebelde a Razão, que prescreve aos homens
não se deixarem esmagar pelos outros homens, deverá declarar rebelde a
Natureza, que ensinou aos filhos a separarem-se dos seus pais, quando tocam a
época de sua virilidade; é mister declarar rebelde a Justiça, que não autoriza
usurpação, nem perfídias; é mister declarar rebelde o próprio Portugal, que
encetou a macha de sua monarquia, separando-se de Castela; é mister declarar-se
rebelde a si mesmo (esse Congresso), porque se a força irresistível das coisas
prometia a futura desunião dos dois Reinos os seus procedimentos aceleraram
esta época, sem dúvida fatal para outra parte da nação que se queira
engrandecer.
O Brasil, elevado à categoria de Reino,
reconhecido por todas as potencias e com todas as formalidades que fazem o
direito público na Europa, tem inquestionavelmente jus a reempossar-se da
porção de soberania que lhe compete, porque o estabelecimento da ordem
constitucional é negócio privativo de cada povo.
A independência, Senhor, no sentido dos
mais abalizados políticos, é inata nas colônias, como a separação das famílias
o é na Humanidade.
A natureza não formou satélites maiores
que os seus planetas. A América deve pertencer à America, e Europa à Europa,
porque não debalde o Grande Arquiteto do Universo meteu entre elas o espaço
imenso que as separa. O momento para estabelecer-se um perdurável sistema, e
ligar todas as partes do nosso grande todo, é este...
O Brasil, no meio das nações
independentes, e que falam com exemplo de felicidade, não pode conservar-se
colonialmente sujeito a uma nação remota e pequena, sem forças para defendê-lo
e ainda para conquistá-lo. As nações do Universo têm os olhos sobre nós,
brasileiros, e sobre ti, Príncipe !
Cumpre aparecer entre elas como rebeldes
ou como homens livres e dignos de o ser. Tu já conheces os bens e os males que
te esperam e à tua posteridade. Queres ou não queres
Resolve,
Senhor!"
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